Hoje são quinze de novembro de dois mil e dezoito e o mundo não acabou. O chanceler anunciado é pior do que se imaginava. Diz-se que Olavo de Carvalho foi quem o indicou, e faz todo sentido. Porque o sujeito vê o aquecimento global como uma conspiração marxista, usa uma retórica de cruzado e consolida a teocracia. Chega a reclamar da perseguição a carne, petróleo e sexo heterossexual. Uma metralhadora de asneira. E o cara não é um imbecil, se se tornou diplomata, deve contar pontos hoje fazer esse tipo. Sei lá. O país é cada vez mais motivo de chacota e preocupação lá fora, aqui quem aponta os absurdos é acusado de torcer contra. Eu só estou torcendo para que não vire um genocídio, ou melhor, que não se dobre a aposta do genocídio silencioso que é permanente. Às vezes ainda me resta esperança de receber uma bolsa de doutorado, mas não vou me surpreender se passarem a cobrar. Hoje é o feriado da proclamação da república, e a monarquia, que caiu de madura após a abolição, está tentando de todo jeito reinstituir a si mesma. A escravidão já teve a sua fiscalização desmantelada, e uma situação em que não há direitos a escravidão consentida vai se parecer cada vez mais com o trabalho dos africanos no passado. O racismo da nossa nação já nem precisa ser escamoteado, e assim vamos em frente. Rumo ao que seja. Acaba mundo.
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