Hoje são vinte e quatro de outubro de dois mil e dezoito e o mundo não acabou. Na faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense, foi hasteada uma bandeira antifascista. O Tribunal Eleitoral dessa vez foi célere, em sanar esse gravíssimo crime eleitoral que não menciona candidato ou eleição. Ou seja, passa recibo do fascismo do B e do seu próprio. Mais: bastou um “pedido oral”, não havia ordem escrita (nem poderia haver, é claro). Minha mãe trabalhava num TRE; poderia estar liderando uma operação dessas, tranquila sobre estar desempenhando um papel institucional muito nobre. Descubro hoje que o diretor da instituição ordenou sua reinstalação. Umas das poucas boas notícias! Eu estou me proibindo de esfregar meu pessimismo na cara das polianas, mas veja se faz sentido entusiasmar-se com eleições quando a justiça eleitoral está do lado de lá, a polícia, o exército e o imperialismo ianque. A imprensa tradicional levou tão longe o “veja bem” que agora a Lhofa precisa denunciar ameaças à PF e pedir proteção a seus jornalistas. Hoje em dia conversar com alguém que compartilha sua visão não é só acalentador, é um aterramento elétrico. Ninguém pisa na terra firme mais. Ainda pensando se vale a pena ir até o Rio votar, mesmo descrente (sem trocadilho). Passagens aéreas estão caras demais, e quando eu estive lá no primeiro turno respirava-se mais fascismo que oxigênio. Eu vou ficar no meu canto, eu acho, temo por uma onda de violência domingo, e minha goma ainda é o lugar onde eu tenho as coisas sob controle.
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