Estava frio demais para sair nu na rua e os postes submersos disparavam alarmes supersônicos em cada residência abandonada da capital da Disneilândia. Uma sombra geométrica se projetava sobre a praça em chamas, espocando crianças flutuantes. Um tiro se ouviu e o eco pareceu uma gargalhada aos ouvidos do pipoqueiro atômico. As salamandras púrpuras sobre os telhados gelados mal se importaram, e seguiram preparando Miojo. O campanário de um tanque de guerra pulsava como uma bomba-relógio líquida em que todo padre ou percevejo já percebeu um dia o valor de uma mola cíclica. Não obstante, a estante túrgida das turpitudes tântricas jamais obstou ao obstetra trácio trama ou tragédia. A luz escorria pelo bueiro e tornava a se insurgir pela janela apagada, lá onde o telefone nunca toca. Sobre o corpo, margaridas cresciam com caules helicoidais, num resplandecer bizantinamente lúcido. A viatura da padaria estacionou no fundo do rio e os fotófagos brandiam já os espelhos da putrefação pélvica. Não tardou até que o topo de um prédio demolido sinalizasse a falta e a fúria de explicações paulatinas. Os padeiros afastaram os fotófagos, mas a moça da lavanderia simplesmente não aceita cartão de crédito, e não há muito que qualquer hidrante possa fazer. Pouco após o pipoqueiro atômico, aproximou-se a fatalidade de um ninho de mafagafos e a máfia da farofa física. A multidão semântica envolveu válvulas mamíferas como nunca se vira depois, antes que uma soprano sáfica soprasse suplementos plásticos ante um souvenir tórrido. Nunca se explicou a chuva de lesmas que seguiu a cena, ou por que o palhaço tocava clarineta sob a ponte. Mas eu tenho uma margarida helicoidal para provar.
setembro 14, 2018 às 9:53 pm |
Pqp! Título foda. Foi o melhor começo de texto que já vi.
setembro 15, 2018 às 10:08 am |
Valeu!