Hoje são sete de setembro de dois mil e dezoito e o mundo não acabou. Ninguém celebrou a festa pátria e é de se perguntar se o país chega ao seu bicentenário inteiro. Há uma série de coisas a dizer sobre o atentado ao candidato fascista, e como ontem eu me lancei a conjeturas hoje vou sublinhar alguns poucos fatos apenas. A bolsa disparou e os operadores não se constrangem em celebrar a exposição ininterrupta que ele passa a ter. O vice general culpou a esquerda e ameaçou o país declarando que “nós” (nós quem, a candidatura, o exército?) somos os profissionais da violência. Outras manifestações de macartismo surgiram aqui e ali. Após as primeiras informações de ferimento leve, Bolsonaro foi descrito como quase morto, perdendo metade do sangue, e ferido em mais de um órgão vital. Foi transferido a São Paulo após uma cirurgia. Achei a coisa estranha mas não fui taxativo, e assim permaneço. Uma farsa dessas precisaria da conivência de muita gente, e fica difícil acreditar, mas não impossível. O atentado a Carlos Lacerda que culminou no suicídio de Getúlio é cercado de contradições. A morte de PC Farias tem uma explicação oficial em que poucos acreditam. O acidente do Teori é cercado de mistério. A célula terrorista da olimpíada ficou mal contada. Ao menos eu acho uma encenação, sendo as circunstâncias as que são (em que mais de uma fraude é verdade oficial), menos inacreditável que um lobo solitário com problemas mentais atacando alguém famoso, o que nunca foi uma tradição nossa. De volta aos fatos: o sujeito esteve filiado ao PSol por um período, e treinou tiro na academia pertencente aos filhos do Jair, em Florianópolis (e cada um que extraia o que quiser disso). As informações sobre o agressor são as mais malucas: seria obcecado contra a maçonaria, manifestaria críticas políticas contraditórias, ouviria vozes, teria andado por várias partes por um relato e não saía do quarto por outro, e por aí vai. A foto acima mostra Bolsonaro sendo carregado, com um esgar de dor, a confusão já estabelecida e nenhum ferimento. Os circunstantes parecem apenas confusos; aliás, não entrevistaram todas essas testemunhas oculares? Sei lá. Agora pouco importa a verdade, importam as consequências. Já foi difícil me forçar a escrever esta coluna, porque se ficar patente adiante que tudo foi à vera eu vou ficar com cara de tacho. Não que vá pedir desculpas pelo desrespeito ao ferido, até porque o comportamento dos filhos e do vice deles foi muito mais desrespeitoso. Estou pensando na história do país, antes de mais nada. Queria ter escrito sobre outra coisa. Acaba eleição!
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